Autismo: Bombeiro Por Um Dia

Mês passado, uma amiga me enviou um folder sobre o ‘Bombeiro por um dia’. Um evento só para crianças autistas. Não preciso dizer que fiquei super empolgada, né?! Não é todo dia que temos uma atividade tão legal voltada para crianças com transtornos sensoriais.

IMG_20170519_105806222 modifiedDescrevendo o evento em uma palavra: ‘Fantástico’!!! Absolutamente tudo foi maravilhoso! Desde a chegada até a nossa partida. Havia muito pessoal de apoio e, todos dispostos a ajudar no que fosse preciso com nossos filhos.

Logo na chegada, fomos recepcionados com sorrisos e muita simpatia. Entregaram-nos um mapa do local com informações de onde encontrar as atividades, um chapéu dos bombeiros (que Caio não usou de jeito nenhum), um balão e um certificado de ‘bombeiro por um dia’ muito fofo!

Não demorou muito Caio quis correr! Ele era só perninhas finas e gargalhadas pelo quartel! Depois de um bom tempo correndo atrás do moleque, cansados, consultamos o mapa em busca da próxima atividade e achamos legal o carro de bombeiros. Carro não, caminhão! Nem vou dizer que ele adorou! Queria logo subir…Não via a hora! Tive que conversar MUITO pedindo que esperasse a sua vez, que o amiguinho tinha que descer primeiro, coisa e tal. Caio aguardou; a contra gosto. Quando, finalmente pôde subir no veículo, não quis mais descer! Sentou em TODOS os bancos, tocou a buzina, dividiu o assento do motorista com um menino e sorriu o tempo todo!

BpuDOk, filho, está na hora de ver outras coisas!

Lá fomos nós com o Caio emburrado. Sei que ele teria ficado no caminhão a manhã inteira sem cansar, mas ainda tinha muito pra ver.

Havia uma pista de obstáculos com colchonetes, bambolês, pneus e cones. Passamos por ela, mas Caio nem ligou. Um rapaz se aproximou, chamando-o para experimentar, mas ele não quis. Depois, veio uma moça e Caio continuou balançando a cabeça negativamente. Me abaixei e disse: ‘Filho, vamos pular nos pneus?’. Ele me olhou nos olhos, sorriu, balançou as mãozinhas (flapping) e saiu correndo. E lá foi o menino, pisando nas folhas secas amontoadas embaixo das amendoeiras. Um monte delas espalhada pelo quartel. O ruído o fazia rir o tempo todo.

Correu de um lado para o outro, gargalhando subindo e descendo, até que, achou a cama de gato. Foi e voltou umas mil vezes. Sempre olhando pra gente e gargalhando. Deu uma peninha, mas…Era hora de ir para outra atividade.

Caio fez muxoxo novamente. Mas, continuou correndo e, logo abriu um sorriso quando achou uma corda grossa (por onde os bombeiros desceriam de rapel mais tarde) e ficou tentando subir e se balançar. Nessa hora, o papai entrou em ação, porque mamãe não dá conta de ficar levantando o Caio e balançando no ar as mil vezes que ele precisa até se cansar.

Mais um tempão nisso. Desta vez, ele parou a atividade sozinho e saiu correndo. Era tanto espaço que ele não sabia pra onde ir. Achou a área dos cachorros. Deu comida pra um, riu do outro, sentou, gargalhou, levantou e saiu correndo mais uma vez. Lá fomos nós atrás do Caio.

Achou o caminhão novamente. Desta vez, estavam levando as crianças para uma volta no quartel. GENTE, que tudo!!! Caio curtiu o tempo todo! Ficou super curioso com os barulhos e com tudo dentro do carro. Dava pra perceber que ele estava meio nervoso, mas curioso e excitado ao mesmo tempo. Queria tocar em tudo dentro daquele caminhão. Foi uma experiência fantástica ver meu filho curtindo tanto como qualquer criança.

Ok, filho, o passeio acabou. 😦

Caio estava tão feliz que saiu do carro e foi correr (é, ele tem esse fôlego todo). Correu, correu e achou a cama de gato novamente. Vai e volta mais dez vezes. Saiu correndo. Havia uma ponte de cordas, mas Caio era muito pequeno para aquela atividade. Então, continuamos o passeio. DSC05418Achamos um carrinho de pipoca! Lógico que paramos. O moço estendeu um saquinho em direção do Caio perguntando: ‘quer uma pipoca, rapaz?’ Ah, Caio meteu a mão no saquinho, enfiou logo duas na boca e saiu correndo. Pedi mil desculpas e…Cadê o Caio? Olhei e vi o pai correndo atrás do magrelinho.

Havia uma parede de escalada, onde as crianças pareciam curtir, mas Caio não quis experimentar por nada. Expliquei que ele colocaria o boldrié, seria suspenso e se agarraria na parede…Seria legal! Adivinha? Ele riu, balançou as mãos e fugiu novamente.

Corre pra lá, corre pra cá, já era hora de voltar para casa.

O evento tinha 3h de duração, mas iria interferir no horário da escola do Caio. Optamos por sair mais cedo e não atrapalhar sua rotina escolar. Uma pena, porque perdemos a tirolesa, o homem aranha descendo de cabeça pra baixo, a Ana e Elza sendo resgatadas do helicóptero e a simulação de incêndio onde as crianças veriam como usar a mangueira para apagá-lo.

Ano que vem, eu prometo que a gente ficará até o final, filho! É um evento singular com muita diversão pra autista e pais de autista! No caso dos pais do Caio é cansativo também!

Obrigada amiga Andressa e Londre por nos possibilitar a ida nesse evento maravilhoso! ♥